Minicursos

 

Confira a lista dos minicursos que fazem parte da programação do XXVII Congresso Brasileiro de Ornitologia

 

 

MC01: Taxidermia de aves: preparação para coleções científicas

Disponibilidade de vagas: 08

Carga horária: 8h

Ministrante: Dr. Márcio Repenning

Conteúdo programático:

- Importância das coleções de aves e tipos de coleções;

- Produtos a serem usados em taxidermia;

- Noções de preparação e conservação de peles, shmoo, asas;

- Prática de taxidermia.

 

MC02: Mapeamento probabilístico da distribuição de espécies baseado na integração de dados de ciência cidadã

Disponibilidade de vagas: 20

Carga horária: 8h

Ministrantes: Dr. André Luís Luza e Ma. Viviane Zulian

Afiliação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo: O mapeamento da distribuição geográfica de espécies tem fomentado a formulação de ações de manejo e conservação de populações na natureza. O mapeamento da distribuição geográfica de uma espécie geralmente demanda uma grande quantidade de dados, que dificilmente pode ser obtida com o esforço de campo de um pesquisador ou um grupo de pesquisadores. Por isto, extensas plataformas on-line têm sido criadas para concatenar dados obtidos por diferentes pesquisadores. Embora estes dados sejam extremamente úteis para a modelagem da distribuição geográfica de espécies, eles possuem muitas ‘armadilhas’ pois são coletados por pessoas com habilidades distintas, e que dificilmente seguem os mesmos protocolos amostrais. Assim, o uso de métodos análiticos que permitam lidar com a heterogeneidade contida nestas plataformas de dados é fundamental para uma estimativa acurada e precisa da distribuição geográfica das espécies. Modelos hierárquicos, em particular os modelos de ocupação de sítios, são métodos úteis para lidar com dados heterogêneos e para gerar mapas probabilísticos de distribuição. Estes modelos permitem modelar, concomitantemente, o efeito de processos ecológicos influenciando a distribuição espacial das populações (e.g., cobertura florestal) e o efeito de processos observacionais influenciando a nossa habilidade de detectar ao menos um indivíduo da espécie (e.g., esforço amostral). Assim, não há chance de gerarmos mapas probabilísticos que misturam o efeito de processos ecológicos com as imperfeições observacionais. Neste minicurso, demonstraremos como integrar dados de três diferentes plataformas de ciência cidadã -- Wikiaves, eBird e Xeno-Canto, que são alimentadas tanto por pesquisadores quanto por observadores de aves -- para gerar um mapeamento probabilístico da distribuição de espécies utilizando modelos de ocupação de sítios. Esperamos que, ao final do curso, os participantes tenham um conhecimento básico sobre integração de dados e sobre o funcionamento dos modelos de ocupação de sítio, de modo que possam naturalmente incorporar estes conhecimentos a sua rotina de pesquisa científica e consultoria ambiental.

Conteúdo programático:

- O que é um modelo de ocupação de sítios;
- Acesso aos dados de ciência cidadã;
- Formatação dos dados;
- Análise dos dados utilizando WinBugs por meio do Rstudio;
- Construção dos modelos estatísticos;
-  Interpretação dos resultados.

Observações: Cada estudante deve trazer seu próprio computador com o R, os pacotes necessários (que serão disponibilizados na semana anterior ao minicurso) e o WinBugs instalados. É desejável conhecimento intermediário de programação em R para melhor aproveitamento do minicurso.

 

MC03: Uma introdução ao monitoramento acústico no ambiente R

Disponibilidade de vagas: 15

Carga horária: 8h

Ministrantes: Dr. Carlos B. de Araújo¹, Ma. Mariana Carneiro² e Dr. Gabriel Rosa (UEL)³

Afiliação: 1 IBS-CONICET; 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, UFPB; 3 Universidade Estadual de Londrina

Resumo: O monitoramento eficiente da biodiversidade é essencial em um ambiente em mudança. Ambientes tropicais têm sofrido grande perda de diversidade, e a gravação autônoma das espécies que compõem o ambiente, ou monitoramento acústico passivo (PAM), tem se destacado como uma ferramenta robusta e eficiente de monitoramento da biodiversidade. Por meio do PAM é possível, por exemplo, avaliar a dinâmica populacional de espécies ameaçadas ou em declínio, por meio ds aquisição de uma grande quantidade de dados. Nesse minicurso abordaremos aspectos teóricos do monitoramento acústico, e por meio da utilização de um banco de gravações realizadas em Assú (RN), apresentaremos, no software R, algumas abordagens e dificuldades na aquisição de dados de aves a partir de gravações do ambiente.

Conteúdo programático:

- Física básica do som e a especificidade vocal de Hercules Florence;
- O espaço e o nicho acústico;
- O desafio do monitoramento de comunidades;
- Os templates e as paisagens acústicas;
- A obtenção de dados populacionais com o Monitor;
- Avaliando a eficiência dos algoritmos de busca.

Observações: Cada estudante deve trazer seu próprio computador com o R (preferencialmente com RStudio) e pacotes necessários instalados. A lista de pacotes será disponibilizada na semana que antecede o minicurso. Um conhecimento intermediário de R poderá ajudar no melhor aproveitamento do minicurso.

 

MC04: Passarinhar: introdução a observação de aves

Disponibilidade vagas: 20

Carga horária: 8h

Ministrante: Me. Luciano Lima

Afiliação: Observatórios de Aves – Instituto Butantan; Observatório de Aves – Fazenda Bananal & Observatórios de Aves – RPPN Estação Veracel

Resumo: Passarinhar, ou observar aves, é uma forma única de se conectar com a natureza que pode ser praticada desde a janela da sua casa e em praças urbanas, até em áreas naturais remotas. A atividade consiste em buscar, identificar e registrar diferentes espécies de aves em seus habitats naturais. Os registros (a presença de uma espécie em um determinado local e em uma determinada data) são anotados e armazenados em cadernetas ou aplicativos especialmente desenvolvidos para esse fim. Quando estão passarinhando, muitos observadores também fotografam ou gravam as vocalizações das aves encontradas. Por ser acessível praticamente a qualquer pessoa, passarinhar é uma das atividades praticadas ao ar livre que mais crescem no mundo. No Brasil, o número de observadores tem crescido bastante nos últimos dez anos e atualmente já ultrapassa as 50 mil pessoas. A prática da atividade é incentivada por todo mundo por organizações científicas e de conservação da natureza e também por profissionais da área da saúde, pois além de despertar o interesse das pessoas pela biodiversidade e ajudar na coleta de informações sobre as aves, passarinhar traz muitos benefícios para a saúde física e a mental de adultos e crianças. O objetivo do minicurso é oferecer uma introdução a observação de aves, abordando diversos tópicos ligados a atividade, incluindo biologia, ecologia e conservação das aves brasileiras; técnicas de busca e identificação de espécies; equipamentos e ciência colaborativa. Esperamos que depois dele você nunca mais olhe pela sua janela da mesma forma.

Conteúdo Programático:
- Aves brasileiras: diversidade, biologia, ecologia e conservação;
- Uma breve história da observação de aves;
- Equipamentos;
- Passarinhar: onde, quando e como?
- Ciência colaborativa

 

MC05: Técnicas de rastreamento remoto e introdução à análise quantitativa do movimento

Disponibilidade de vagas: 20

Carga horária: 8h

Ministrante: Dr. Guilherme Tavares Nunes

Afiliação: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo: O crescente desenvolvimento de tecnologias para rastreamento remoto tem viabilizado um avanço no conhecimento de uso do espaço em nível individual. A aplicação dessas técnicas é particularmente interessante quando o organismo alvo do estudo possui alta capacidade de deslocamento, visto que acabam por revelar eventos que ocorrem fora do alcance de detecção do observador. A ornitologia não apenas tem se beneficiado do processo, mas as aves também têm servido de modelo para o desenvolvimento de equipamentos que respondam perguntas de ornitólogos que estudam espécies com as mais variadas estratégias de vida. Nesse contexto, o presente curso propõe-se a apresentar as diferentes tecnologias desenvolvidas para o rastreamento remoto e suas aplicações à ornitologia, fornecendo capacidade de discernimento para escolha das ferramentas a partir das perguntas a serem respondidas. Somado a isso, serão apresentadas e exercitadas técnicas de análise quantitativa do movimento observado, visando a extração de informações a partir de uma série de dados espaçotemporais. Ao final, espera-se que os alunos e alunas tenham capacidade de identificar ferramentas de rastreamento remoto adequadas para responder às suas perguntas, bem como de extrair informações a partir dos dados gerados por essas ferramentas.

Método de ensino: Atividades expositivas; atividades de campo; trabalho em grupo; programação em R.

Conteúdo programático: 

Conceitos básicos (sistema de coordenadas; projeções cartográficas; sistemas de posicionamento; precisão/acurácia); tecnologias para o rastreamento remoto; técnicas de campo (configuração de resolução; preparação do equipamento; fixação; recuperação de dados; questões éticas); parâmetros descritivos de uma trajetória; estatísticas básicas do movimento; estimativa de comportamentos através da segmentação de deslocamentos.

Observações: Cada estudante deve trazer seu próprio computador com o R instalado. Na semana anterior ao curso, serão divulgados os pacotes que devem estar instalados no dia do curso. É desejável conhecimento básico de programação em R para melhor aproveitamento.

 

MC06: Introdução às redes complexas como ferramentas para o estudo das interações ave-planta

Disponibilidade de vagas: 20

Carga horária: 8h

Ministrante: Dr. Pedro Maria Abreu Ferreira

Afiliação: PUCRS - Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade

Resumo: As interações mutualísticas são amplamente distribuídas em todos os ecossistemas, e desempenham papel fundamental na montagem das comunidades e na arquitetura da biodiversidade. Embora seja natural pensarmos nestas interações no formato de pares, onde dois indivíduos ou espécies interagem em determinado momento do tempo e do espaço, podemos também estudá-las de forma sistêmica, considerando toda a rede complexa formada pelos muitos pares de espécies que interagem neste determinado local e/ou intervalo de tempo. Esta visão holística das interações ecológicas nos permite observar propriedades e padrões emergentes, bem como estimar as relações de interdependência dos diferentes níveis tróficos envolvidos e a importância relativa de cada espécie para a manutenção da integridade estrutural e funcional de toda a rede de interações.

Conteúdo programático:

- Noções básicas dos aspectos estruturais de uma rede complexa;

- Interações ecológicas em redes bipartidas;

- Construção de grafos bipartidos para visualização das interações; 

- Cálculo e interpretação de métricas no nível da rede e em cada nível trófico.

Observações: Cada estudante deve trazer seu próprio computador com os programas R e Rstudio instalados, preferencialmente já com os pacotes ‘vegan’, ‘bipartite’ e ‘igraph’ também instalados.

 

MC07Conservação e manejo de aves

Disponibilidade de vagas: 30

Carga horária: 8h

Ministrante: Dr. Demetrio Luis Guadagnin

Conteúdo programático:
- Por que conservar as aves. A importância da biodiversidade;
- Principais causas da extinção em aves. Perda e fragmentação de hábitats; contaminação, sobre-exploração; interação com espécies invasoras; mudança climática;
- Principais estratégias de conservação e manejo da avifauna: áreas protegidas; áreas verdes; conservação ex-situ; diagnóstico e tratamento do declínio; avaliação do impacto ecológico; aspectos éticos; aspectos psico-sociais.

 

MC08: Evolução da Biota Neotropical: Aves como Modelos

Disponibilidade de vagas: 20

Carga horária: 6h

Ministrantes: Dra. Cristina Y. Miyaki

Afiliação: Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo - São Paulo/SP

Resumo: A biota neotropical abriga uma das maiores diversidades de espécies do planeta, inclusive de aves. Inferir como essa diversidade se originou e evoluiu pode auxiliar na tomada de decisões de como conservá-la. Para realizar essas inferências vamos discutir alguns conceitos básicos de filogenia molecular e de filogeografia. Vamos também discutir como resultados obtidos desses tipos de estudo com aves podem contribuir na reconstrução da história da região neotropical. Para isso ainda vamos trabalhar com dados de sequência de DNA e construir uma árvore.

Conteúdo programático: 

- Noções básicas de Biogeografia;
- Hipóteses de diversificação e predições associadas;
- Como dados de filogenia molecular e filogeografia são gerados e aplicados em estudos biogeográficos.

Observações: Cada estudante deve trazer seu próprio computador com o programa Mega instalado (versão 7; https://www.megasoftware.net/older_versions). Os arquivos de sequências de DNA serão enviados aos estudantes alguns dias antes do minicurso.

 

MC09: Modelagem de distribuição de espécies: abrindo a caixa preta do MaxEnt

Disponibilidade de vagas: 10

Carga horária: 8

Ministrantes: Dr. Rafael Antunes Dias e Amanda Perin Marcon

Afiliação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Universidade Federal de Pelotas

Resumo: O desconhecimento da completa distribuição dos organismos (Déficit Wallaceano) limita a conservação de espécies ameaçadas, de distribuição restrita e de migratórias, e dificulta o controle de espécies invasoras ou de vetores de doenças. Métodos como a Modelagem de Distribuição de Espécies são capazes de estimar as distribuições passadas, presente e futuras ao contrastar dados ambientais com dados de ocorrência oriundos da literatura, museus e ciência cidadã. As informações biogeográficas geradas aumentam o conhecimento ecológico da espécie, indicando áreas de adequabilidade para sua sobrevivência, e podendo ser aplicadas em trabalhos conservacionistas, como os de reintrodução de indivíduos e de previsões de impactos ambientais ao longo do tempo. Ainda o uso de modelos de distribuição pode conduzir novos estudos que acelerem a descoberta de novas populações em locais em que a espécie-alvo ainda não foi encontrada e de novas espécies com hábitos similares. Também podem ser usados em estudos e ações de manejo quanto a dispersão de espécies exóticas invasoras e de doenças. Assim, o minicurso pretende fornecer noções básicas de modelagem de distribuição de espécies por meio de abordagem teórica, em que se apresentarão as teorias de nicho, as motivações e formas de se modelar uma distribuição, tipos de dados e limpeza dos mesmos, tipos de variáveis ambientais, configurações do MaxEnt. Após, os alunos modelarão de forma prática a distribuição potencial para uma espécie pré-selecionada, aplicando os ensinamentos aprendidos com o referencial teórico. Ao final do curso, os participantes terão conhecimento básico sobre a teoria, as serventias e como realizar a modelagem, sobre a obtenção e o bom uso de dados de ocorrência das espécies, sobre a seleção e manipulação de camadas ambientais, como configurar o MaxEnt, como editar o mapa final para posterior uso, sabendo interpretá-lo e a seus resultados. Com o conhecimento adquirido, os alunos poderão incorporar a modelagem de distribuição de espécies em suas pesquisas científicas, projetos de conservação e trabalhos, como os de consultoria ambiental.

Conteúdo programático: 

- Noções básicas de modelagem de distribuição de espécies;
- Onde obter dados de ocorrência e camadas ambientais, e como usá-los;
- Compreensão quanto as configurações do programa MaxEnt;
- Formatação dos dados de ocorrência usando o Excel e LibreOffice para uso nos programas R e MaxEnt;
- Seleção e corte das camadas ambientais e seleção de características de configuração para o MaxEnt no programa R;
- Elaboração dos modelos de distribuição no programa MaxEnt;
- Interpretação dos resultados;
- Montagem dos mapas finais no programa QGis.

Observação: Será necessário trazer seu próprio laptop contendo os programas Excel, LibreOffice, R (pode ser R Studio), MaxEnt e QGis instalados. Para o R, os seguintes pacotes devem ser instalados: “ENMeval”, “raster” e “sp”. Quaisquer outros pacotes necessários serão informados por e-mail na semana anterior ao curso. Conhecimentos básicos de programação em R são necessários para melhor aproveitamento.

 

MC10: Redação de Artigos Científicos

Disponibilidade de vagas: 30

Carga horária: 14h (2 dias - das 09h às 12h e das 14h às 17h30)

Data: 31 de julho e 01 de agosto

Ministrantes: Dr. Miguel Ângelo Marini, Ph.D.

Afiliação: Departamento de Zoologia, Universidade de Brasília (UnB) - Brasília/DF

Resumo: Este minicurso tem como proposta apresentar a jovens pesquisadores informações básicas e instruções objetivas de como melhorar a redação e aumentar o sucesso de publicação de seus artigos científicos. Em geral, a redação científica é pouco ensinada em cursos de graduação e de pós-graduação, obrigando a maioria dos pesquisadores a serem autodidatas e, consequentemente, a escrever abaixo das suas potencialidades, atrasando o processo de publicação e diminuindo a produtividade. Assim, este curso permitirá um aperfeiçoamento de diversas etapas da prática de redação científica e da submissão de manuscritos para revistas científicas. Serão cobertos todos os temas, desde como escrever um título e um resumo, até como evitar plágio e como se relacionar com os editores e revisores. As aulas serão expositivas com abordagem teórico-prática, interagindo com os alunos com a apresentação de exemplos reais de artigos sobre aves.

Conteúdo programático:

   - Apresentação do curso e História da redação científica;
   - Planejamento de um artigo científico;
   - Como escrever um Título;
   - Como escrever um Resumo;
   - Como escrever uma Introdução;
   - Como escrever os Métodos;
   - Como escrever os Resultados;
   - Como fazer Figuras;
   - Como fazer Tabelas;
   - Como escrever uma Discussão;
   - Como utilizar Referências;
   - Como evitar plágio;
   - Como escrever cientificamente em inglês;
   - Como escrever uma revisão bibliográfica;
   - Como escrever uma carta de apresentação para o Editor;
   - Como responder aos comentários do Editor/Revisor.

Observações: Recomendo aos alunos trazerem um laptop e arquivos em Word para poderem fazer exercícios práticos com seus próprios manuscritos.

 

Sobre as inscrições: